I SEMINARIO DE REABILITAÇÃO PSICOMOTORA: Intervenção e Enquadramento Profissional

I SEMINARIO DE REABILITAÇÃO PSICOMOTORA: Intervenção e Enquadramento Profissional
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domingo, 21 de novembro de 2010

CONTEXTOS DA INTERVENÇÃO PSICOMOTORA

Os seres humanos aprendem ao experimentar de várias formas. Experimentam os ambientes através dos sentidos (visão, audição, paladar, olfacto e tacto), das interacções recíprocas entre adultos e crianças e de acções e reacções de movimento, sendo estas interacções a base do desenvolvimento cognitivo, afectivo e psicomotor (Willig; Palma; Lehnhard; Manta; Perazzollo; Borgmann & Torres, n/d). Como tal, verifica-se uma grande importância em proporcionar uma diversidade de experiências em ambientes variados de forma a estimular a aquisição de novas aprendizagens.


Hidropsicomotricidade

Uma das formas de aplicar a psicomotricidade é no meio aquático. Consiste numa técnica em que se pretende que se realizem movimentos conscientes na água, ultrapassando os problemas motores. O ambiente aquático proporciona ao indivíduo experiências e vivências novas e variadas, favorecendo a percepção sensorial e a acção motora (Arroyo e Oliveira, 2007).Esta actividade é então estruturada pela psicomotricidade, abrangendo aspectos de motricidades fina e global, equilíbrio, esquema corporal, estruturações espacial e temporal e lateralidade, tendo em conta a consciência das relações existentes entre gesto e afectividade (Silva, 1999). Desta forma, caso as capacidades psicomotoras sejam melhoradas, as crianças poderiam podem ter maior êxito na realização de tarefas da vida diária nas quais outrora apresentavam dificuldades (Leonard, Hirschfed e Forssberg, 1991, cit. por Arroyo e Oliveira, 2007).
De acordo com Bueno (1998, p. 141), cit. por Silva (1999), "consideramos a psicomotricidade aquática como uma estimulação do indivíduo utilizando a água como meio de acção mais global por meio do movimento e da relação desse indivíduo com o espaço, com o objecto, com o outro e consigo mesmo." Por outras palavras, a actividade aquática estimula o desenvolvimento global das crianças, sobretudo daquelas que possuem algum tipo de patologia, como por exemplo, a Paralisia Cerebral. Isto acontece sobretudo devido ao facto de que na água o movimento é facilitado pela acção das suas propriedades, actuando sobre o corpo quando em imersão (Gutierres Filho, 2003 cit. Arroyo e Oliveira, 2007). Para que a actividade de psicomotricidade aquática tenha êxito, considera-se necessário planear o trabalho, estabelecendo os objectivos que se pretendem ver atingidos.
Assim, crê-se que os benefícios desta prática sejam imensos, sendo caracterizada como uma actividade estimuladora, traduzida pela acção da água e da sua temperatura sobre o corpo humano que, somado aos movimentos, ajudará a aliviar dores, espasmos musculares, diminuindo edemas (Velasco, 1994, cit. por Silva 1999).
Esta diminui ainda os possíveis atritos e as resistências dos segmentos corporais, por uma pressão gravitacional também diminuída, provocando menor impacto sobre as articulações. A hidropsicomotricidade favorece o relaxamento da musculatura em tensão, actuando no controlo e na eficácia das diversas coordenações globais e segmentares, na organização do esquema corporal, na estruturação espacio-temporal, dando também orientações para a definição da lateralização. O dinamismo e relativa estabilidade do corpo na água, unidos a uma exercitação variada de posições, ritmos diferenciados, trabalhos em grupo e materiais diversificados, leva a que ocorram respostas psicomotoras globais e específicas. A hidropsicomotricidade, para além de incidir nas capacidades de equilíbrio, também actua no desenvolvimento da imagem corporal, possibilitando ainda diversas associações sensório-motoras, favorecendo a estruturação (e reestruturação) de comportamentos. Citando Velasco (1996, p.49, cit. por Silva, 1999): "A água é o „maior brinquedo‟ existente na terra. O prazer do lúdico torna muito mais fácil toda a aprendizagem".
Outro aspecto benéfico da participação neste tipo de terapias é o facto destas serem em grupo, fomentando a inclusão, já que se brinca e partilha experiências com outras crianças e jovens (Arroyo e Oliveira, 2007). Este tipo de intervenção visa muitas vezes chegar até aspectos relacionais psicomotores, actuando no sentido de incluir e integrar todos os elementos do grupo.
De referir ainda que o exercício regular e contínuo promove a adaptação gradual do sistema cardiovascular e da musculatura esquelética, proporcionando juntamente uma diminuição dos catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) o que causa uma diminuição de frequência cardíaca e aumento de endorfinas que originam uma sensação de saciedade e bem-estar. (Simões, 1998, cit. por Silva, 1999).
Em suma, as actividades aquáticas estão associadas à psicomotricidade, uma vez que na água produzimos uma série de movimentos que beneficiam o nosso corpo e o nosso bem-estar. O equilíbrio aquático faz com que seja desencadeado um conjunto de informações que auxiliarão na adequação da imagem corporal. As músicas que podem ser cantadas durante as aulas também ajudam na memorização dos movimentos e no controlo respiratório, além de estimular o desenvolvimento da fala.
Além disso, dentro da água as crianças podem experimentar o prazer da autonomia e da independência, o que elevará a confiança e a auto-estima. Além da melhoria nos movimentos e da respiração, a natação também trabalha a socialização da criança, já que pode ser realizada em grupo.

As principais patologias com as quais a equitação terapêutica se relaciona são: a Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Esclerose Múltipla, Doença de Parkinson, Autismo, Spina Bífida, Distrofia Muscular e Dislexia, sendo também importante na reabilitação de AVC e traumatismos crânio encefálicos (Almeida, n/d; Coppenolle, n/d; Lima & Miyagawa, 2007).
O cavalo tem um papel preponderante relativamente ao trabalho desenvolvido não só como agente inclusivo, mas também no que se refere à superação de danos sensoriais, cognitivos e comportamentais.
Esta actividade é também muito importante na vertente psicológica, uma vez que é através do cavalo que se estabelece a interacção terapeuta – paciente, e paciente – terapeuta. E que é através do cavalo e da relação pluri-disciplinar que o paciente desenvolve a noção corporal e a lateralização, bem como o equilíbrio, modulação do tónus, maior independência, percepção visual, auto-confiança, amplitude de movimentos e melhor desempenho da marcha (Almeida, n/d; Coppenolle, n/d; Silva, n/d).
Relativamente ao cavalo, este possui movimentos rítmicos, concisos e tridimensionais, que ocorrem através da deslocação efectuada em diferentes sentidos, assemelhando-se à acção da pelve humana ao andar.
Através deste método o praticante efectua os mesmos movimentos do cavalo, tendo que manter o equilíbrio e a coordenação para conseguir movimentar as diferentes partes do corpo, atendendo às suas capacidades (Lermontov, 2004 cit. in Munaretto, 2006).

 
Equoterapia

A primeira interacção existente entre o ser humano e o cavalo selvagem, pensa-se ter ocorrido durante uma caçada na Eurásia (Leitão, 2008).
No entanto, foi na era clássica que este animal começou a ter algum significado, sendo para alguns considerado como o símbolo do desejo carnal, e da identificação do ser humano aos instintos animais, sendo para outros a imagem da sublimação e da imagem criadora, tornando-se deste modo, um importante "instrumento" cultural e terapêutico (Leitão, 2008).
O interesse por parte de alguns profissionais relativamente aos fins terapêuticos deste animal, apenas surgiu no século XX, levando a uma crescente descoberta científica acerca desta intervenção, a qual deixou de ter apenas um papel preponderante a nível motor, para se afirmar também como uma importante terapia psicológica (Leitão, 2008).
A equoterapia, também conhecida como equitação terapêutica, é um método terapêutico e que tal como o nome indica utiliza o cavalo para tal, através de uma abordagem não só no âmbito da saúde, como também a nível da educação e da equitação, tentando melhorar o desenvolvimento psicossocial de pessoas portadoras de deficiência ou com dificuldades de aprendizagem (Silva, n/d).
As principais patologias com as quais a equitação terapêutica se relaciona são: a Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Esclerose Múltipla, Doença de Parkinson, Autismo, Spina Bífida, Distrofia Muscular e Dislexia, sendo também importante na reabilitação de AVC e traumatismos crânio encefálicos (Almeida, n/d; Coppenolle, n/d; Lima & Miyagawa, 2007).
O cavalo tem um papel preponderante relativamente ao trabalho desenvolvido não só como agente inclusivo, mas também no que se refere à superação de danos sensoriais, cognitivos e comportamentais.
Esta actividade é também muito importante na vertente psicológica, uma vez que é através do cavalo que se estabelece a interacção terapeuta – paciente, e paciente – terapeuta. E que é através do cavalo e da relação pluri-disciplinar que o paciente desenvolve a noção corporal e a lateralização, bem como o equilíbrio, modulação do tónus, maior independência, percepção visual, auto-confiança, amplitude de movimentos e melhor desempenho da marcha (Almeida, n/d; Coppenolle, n/d; Silva, n/d).
Relativamente ao cavalo, este possui movimentos rítmicos, concisos e tridimensionais, que ocorrem através da deslocação efectuada em diferentes sentidos, assemelhando-se à acção da pelve humana ao andar.
Através deste método o praticante efectua os mesmos movimentos do cavalo, tendo que manter o equilíbrio e a coordenação para conseguir movimentar as diferentes partes do corpo, atendendo às suas capacidades (Lermontov, 2004 cit. in Munaretto, 2006).
No que respeita às características do cavalo de pode dizer-se que este deve ser:

  • Em relação à idade, entre o jovem, o adulto e o cavalo já em declínio, prefere-se o adulto, dócil;
  • Relativamente ao sexo, é indiferente mas, há uma grande preferência por machos, castrados, pois permite maior segurança em termos gerais;
  • Quanto à raça, há diferenças específicas entre as utilizadas em equoterapia;
  • Em termos de altura, para facilitar a acção dos profissionais sobre o praticante, em torno de 1,50 m;
  • Quanto à constituição  física, nos flancos deve ser discreto, as espáduas larga e musculosas e a coluna não "selada".
Em relação ao tipo de andadura, a mais adequada para a terapia é o passo, uma vez que entre o deambular humano e o do cavalo, dando informações ao praticante acerca da colocação correcta (Munaretto, 2006).
Quando caminha, o cavalo possui uma marcha de quatro tempos (pata dianteira esquerda, pata traseira direita, pata dianteira direita, pata traseira esquerda) provocando ajustes tónicos no paciente, capazes de actuar no sistema nervoso central do mesmo (Heine, 1997 cit. in Munaretto, 2006).
Existem ainda mais dois tipos de movimentos executados pelo cavalo:

  • O trote que consiste numa andadura simétrica e saltada, fixada a dois tempos. A simetria deve-se aos movimentos da coluna vertebral em relação ao eixo longitudinal. A andadura é fixada porque quase não se percebe os movimentos do pescoço, e é a dois tempos porque entre o elevar de bípede diagonal até ao regresso ao solo realizam-se duas batidas (Oliveira, 2001; Wicker, 1999, cit. in Munaretto 2006).
  • O galope, neste movimento não existe simetria entre os movimentos da coluna vertebral em relação ao eixo longitudinal. Possui três tempos porque entre o elevar de um membro ou membros associados até ao regresso ao solo observam-se três batidas. (Ladislau; Reis; Matos, 2000; Kague, 2004 cit. in Lima & Miyagawa, 2007).

    Este movimento é pouco utilizado nos programas de terapia, sendo normalmente usado no contexto desportivo (Wicker, 1999 cit. in Munaretto, 2006).

    Salas Multissensoriais

    A sala multissensorial permite a estimulação dos sentidos primários como o toque, a visão, o som, o cheiro, recorrendo, não às capacidades intelectuais, mas sim, às capacidades sensoriais. O conceito destes ambientes é proporcionar conforto, utilizando estímulos controlados e oferecer uma grande quantidade de estímulos sensoriais, que podem ser utilizados individualmente ou combinando com efeitos de música, sons, estimulação táctil e aromas.
    Alguns dos elementos que podemos encontrar numa sala multissensorial e que permitem criar artificialmente um ambiente para a atenção de estímulos específicos, produzir aprendizagens, conjugar e estimular ao mesmo tempo esquemas de acção e de interacção podem ser: cascatas de luzes, paredes tácteis, projectores de imagens, luzes inteligentes, elementos interactivos, música. Este espaço proporciona um ambiente seguro e libertador, motivando o auto-controlo, autonomia, descoberta e exploração, proporcionando simultaneamente efeitos terapêuticos e psicopedagógicos positivos. (ADFP)

    Gerontopsicomotricidade

    A diminuição da mortalidade bem como o prolongamento da esperança média de vida têm levado a um aumento progressivo do envelhecimento da população (Martins & Fonseca, 2001).
    O processo de envelhecimento e a sua consequência natural, a velhice, são uma das preocupações da humanidade desde o início da civilização pois as ideias e conceitos a estes associados são tão antigos quanto a própria humanidade.
    A experiência de envelhecer é um processo multifacetado, procedente de uma panóplia de mudanças fisiológicas, sociais e psicológicas. Este factores variam imenso, sendo que não ocorrem ao mesmo tempo nem são forçosamente relacionados com a idade cronológica da pessoa. No entanto, estes não ocorrem isoladamente e podem combinar-se, influenciando o futuro estado de saúde de uma pessoa idosa.
    O envelhecimento fisiológico refere-se às mudanças biológicas que se manifestam na pessoa ao longo do tempo, após ter ocorrido o término do crescimento.
    O envelhecimento e a senescência são processos complexos uma vez que, a senescência é um efeito da idade na saúde e refere-se ao declínio da capacidade física que inevitavelmente acompanha o processo de envelhecimento.
    Mesmo na ausência de doença, o processo de envelhecimento por si só pode repercutir-se no enfraquecimento geral de determinadas funções, assim como, a visão e a mobilidade, as quais posteriormente acarretam outros problemas para o idoso (Squire, 2002).
    Alguns dos mais óbvios sinais de envelhecimento dizem respeito a características físicas como o cabelo grisalho ou a queda do mesmo, o enrugamento da pele e um decréscimo da altura. As transformações sensoriais dizem respeito à diminuição da visão e audição, em conjunto com o enfraquecimento de algumas funções do sistema nervoso central.
    Relativamente aos aspectos psicológicos e emocionais, estes passam despercebidos uma vez que são normalmente descritos como "fazendo parte do processo de envelhecimento".
    Actualmente, verifica-se o alargamento do leque dos recursos disponíveis para proporcionar a esta faixa etária uma melhoria na sua qualidade de vida.
    Em suma, verifica-se que o envelhecimento é um processo contínuo e inevitável, que constitui uma etapa da vida a qual se repercute numa série de modificações somáticas, psíquicas e psicomotoras que necessitam de determinadas adaptações, contribuindo para isso diversas medidas reabilitativas activas e preventivas (Martins & Fonseca, 2001).
    Desta forma, torna-se muito importante a intervenção de profissionais da área da saúde que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dessa população.
    Victor da Fonseca verificou, em termos ontogenéticos, que a organização psicomotora de acordo com o modelo neuropsicológico de Luria, evolui do primeiro ao terceiro bloco funcional, ou seja, da tonicidade à praxia fina, sugerindo a evolução maturacional do córtex humano, parte do tronco cerebral para os hemisférios cerebrais, dando significado ao princípio da hierarquia estrutural do cérebro (Martins & Fonseca, 2001).
    Neste sentido, o autor correlaciona a perspectiva neuropsicológica da retrogénese psicomotora, dando ênfase ao processo involutivo dos factores psicomotores no processo de envelhecimento. O mesmo afirma, também, que a imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio entre as funções psicomotoras e a sua maturidade.
    Quanto mais o idoso tiver uma boa imagem de si, e quanto mais se sentir integrado no seu meio sócio-afectivo melhor será a sua capacidade de perceber as diferenças entre ele e o outro.
    A intervenção do psicomotricista baseia-se na percepção que o idoso tem da sua própria saúde, promovendo-a directamente mediante as actividades desenvolvidas.
    O psicomotricista deve, ainda, ter em consideração o enfoque dos aspectos positivos do idoso, aprimorando as suas capacidades e ampliando os relacionamentos sociais, a criatividade, auto-estima; centrando ainda o seu trabalho na busca de materiais adequados que vão de encontro ao bem-estar e satisfação do idoso durante o processo terapêutico (Martins & Fonseca, 2001).
    Deste modo, a finalidade da intervenção psicomotora não é rejuvenescer, mas sim proporcionar as melhores condições físicas e psicológicas para que o idoso viva com satisfação e equilíbrio.
    No trabalho com os idosos o psicomotricista tem de ter em conta as características próprias de cada um, tendo sempre presente os aspectos necessários para que as actividades lúdicas e motoras tenham resultados positivos no processo de envelhecimento.

    sábado, 20 de novembro de 2010

    DIFERENTES ABORDAGENS DA PSICOMOTRICIDADE


    Psicomotricidade Instrumental


    Segundo Martins (2001) os psicomotricistas consideram que as potencialidades mentais, emocionais e motoras de um paciente estão em frequente interacção com o corpo, considerando-o o local de manifestação de todo o ser. Assim sendo os instrumentos de trabalhos assentam no corpo em movimento (o seu, o das crianças como meio de relação consigo mesmas, com o outro e com o envolvimento)., a manifestação do ser está nas posturas, nas atitudes, nos gestos e mímicas tomando a consciência corporal condição e instrumento da consciência de si.
    A intervenção centrada numa componente instrumental tem maior fundamentação cognitiva e neuropsicológica. Privilegia, segundo Fonseca (1981), o enfoque nas situações problema, as quais são apresentadas de forma a serem vividas como situações de êxito, estabelecendo a capacidade de ruptura com os bloqueios e resistências melhorando ainda a sua auto-estima e auto-confiança. A situação problema apela á descoberta e ao pensamento divergente pois provoca um esforço de atenção, privilegiando a diferenciação das fontes de informação disponíveis e a adaptação á variabilidade do ambiente. (Martins, 2001)
    Para a intervenção ser bem sucedida a situação problema deve envolver linguagem oral, quer na antecipação, quer na avaliação da actividade efectuada no final da mesma de modo a comparar o resultado desejado com o obtido tornando assim possível a criança situar as suas possibilidades em relação ao envolvimento. A demonstração deverá ser excepcional, evitando os processos sistemáticos de imitação. É necessário que entre o estímulo e a resposta exista uma fase de mediação cognitiva que favoreça os processos de análise, integração e elaboração da informação. (Martins, 2001).
    Uma vez conseguida a experimentação sensório-motora, sensações ligadas ao movimento, integração tónico-postural, percepção do corpo, condições espácio-temporais e coordenação práxica dos movimentos, segundo Lapierre & Aucoutturier (1978) é tempo de aceder á representação e abstracção. Deste modo as sessões de psicomotricidade conduzem a criança do prazer do agir, ao prazer de antecipar, projectando-a no futuro. (Martins, 2001).
    Segundo Martins, (2001) os materiais utilizados devem ser introduzidos, não só pela sua funcionalidade e utilização práxica mas pela produção do tipo simbólico que vão desenvolver. Para Costa, (2008) os materiais estabelecem influência no indivíduo.
    pela sua forma, peso, cor, texturas, significado e recordações, o impacto proprioceptivo criado pelo material promove uma transformação no individuo actuado, esta transformação deve ser considerada como uma mais-valia pois enriquece o actuado com novas informações, porém a não possibilidade de acesso a material não implica um empobrecimento de intervenção uma vez que os instrumentos essenciais existem, a pessoa e o espaço. (Costa, 2008).
    Em suma, para Onofre, (2004) os materiais " não são únicos ou exclusivos, nem limitativos", Martins, (2001) os instrumentos em psicomotricidade são constituídos pelos nossos próprios corpos, o espaço de relação, o espaço de terapia, o tempo e ritmos de sessão assim como os vários objectos disponíveis. Estes meios serão mais eficazes se existir uma atmosfera lúdica na qual o terapeuta esteja envolvido com os sujeitos intervencionados.

    Psicomotricidade Relacional

    A Psicomotricidade Relacional visa desenvolver e aprimorar os conceitos relacionados ao enfoque da Globalidade Humana. Procura superar o dualismo cartesiano corpo/mente, enfatizando a importância da comunicação corporal, não apenas pela compreensão da organicidade das suas manifestações, mas e essencialmente, pelas relações psicofísicas e socioemocionais do sujeito. Preza por uma abordagem preventiva, com uma perspectiva qualitativa e, portanto, com ênfase na saúde e não na doença (Vieira, Batista e Lapierre, 2005).
    É uma prática que permite à criança, ao jovem e ao adulto, a expressão e superação de conflitos relacionais, interferindo de forma clara, preventiva e terapêutica, sobre o processo de desenvolvimento cognitivo, psicomotor e socioemocional, na medida em que estão directamente vinculados a factores psicoafectivos relacionais (Lapierre, 2002).
    Não se trata de uma psicoterapia que põe em jogo a personalidade do sujeito através da análise de sua problemática inconsciente, mas sim, de uma descodificação de seus comportamentos actuais, evidenciando as significações simbólicas e as necessidades que expressam (Lapierre, 2002).
    Define-se dessa forma, como um método de trabalho que proporciona um espaço de legitimação dos desejos e dos sentimentos no qual o indivíduo pode mostrar-se integralmente, com os seus medos, desejos, fantasias e ambivalências, na relação consigo mesmo, com o outro e com o meio, potencializando o desenvolvimento global, a aprendizagem, o equilíbrio da personalidade, facilitando as relações afectivas e sociais (Lapierre, 2002).
    Introduz na sua prática o jogo espontâneo em que o corpo participa em todas as dimensões, privilegiando a comunicação não-verbal, onde, através de situações lúdicas e dinâmicas, joga com o corpo em movimento, procurando induzir situações nas quais sejam expressos actos desencadeados por sentimentos, que somente mais tarde se traduzirão em termos conscientes, as emoções em que se originaram, ou seja, num primeiro momento de forma impulsiva e inconsciente, para depois chegar ao consciente (Vieira, Batista e Lapierre, 2005).
    Isto quer dizer que o comportamento e a comunicação são provocados e desencadeados por imagens de relações inscritas no corpo, com todas as matrizes sensoriais como a visão, audição, o olfacto, paladar, tacto, as sensações viscerais entre outras. Podemos aqui ressaltar o momento de relaxamento, em que o encontro consigo mesmo ou com o outro evoca imagens mentais de pessoas, lugares, músicas, cheiros e relações integradas no tempo e no espaço de algo a ser conhecido, mas também de um "eu", um
    Neste contexto, o sujeito que vive é ao mesmo tempo aquele que sente, observa, percebe e toma conhecimento do que são os seus actos e os sentimentos. Estas imagens sensoriais estão sempre acompanhadas por uma presença, que significa o EU, que é o sentimento do que acontece quando o SER é modificado pelas acções vividas de aprender algo (Vayer, 1984).

    Em suma, a Psicomotricidade Relacional é uma prática que permite a libertação do desejo e do prazer de ser e de comunicar.

    ACERCA DA PSICOMOTRICIDADE. . .

    O que é a psicomotricidade?

    “ A Psicomotricidade pode ser definida como o campo transdiciplinar que estuda e investiga as relações e as influências recíprocas e sistémicas entre o psiquismo e a motricidade. Baseada numa visão holística do ser humano, a psicomotricidade encara de forma integrada as funções cognitivas, sócio-emocionais, simbólicas, psicolinguísticas e motoras, promovendo a capacidade de ser e agir num contexto psicossocial.” Associação Portuguesa de Psicomotricidade (APP)

    
    A psicomotricidade é encarada como uma ciência que estuda a conduta motora como expressão do amadurecimento e desenvolvimento da totalidade psicofísica do homem (Le Boulch apud Nasser, 2004 cit in CRUZ & SHIRAKAWA, 2006) utilizando como objecto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e as relações que estabelece com o meio, fazendo aquisições motoras, cognitivas e afectivas.
    De acordo com o Ministério da Educação e do Desporto e Secretaria de Educação Especial apud Rezende et al (2003) cit in Cruz e Shirakawa (2006), psicomotricidade é a integração das funções motoras e mentais, sob o efeito do desenvolvimento do sistema nervoso, destacando assim as relações existentes entre a motricidade, a mente e a afectividade do indivíduo. O desenvolvimento psicomotor abrange o desenvolvimento funcional do corpo e das suas partes e encontra-se dividido em vários factores psicomotores. Fonseca (1995) cit in Cruz & Shirakawa (2006) apresenta sete factores - tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção corporal, estruturação espácio-temporal e praxias fina e global.
    O trabalho em psicomotricidade tem como foco o movimento organizado e integrado em função das experiencias vividas pelos indivíduos, a acção do seu corpo em relação ao meio interno e externo, a sua individualidade, linguagem e processo de inclusão social. Segundo Alves (sd) cit in SILVA (2004), a psicomotricidade tem como principal propósito melhorar ou normalizar o comportamento geral do indivíduo, promovendo um trabalho constante sobre as condutas motoras, através das quais o indivíduo toma consciência do seu corpo, desenvolvendo o equilíbrio, controlando a coordenação global e fina e a respiração bem como a organização das noções espaciais e temporais.
    Os psicomotricistas não usam o termo motricidade isoladamente pois a motricidade é indissociável da psique humana, sendo o termo motricidade mais utilizado pela área da educação física no âmbito da perspectiva do treino desportivo, ligado à coordenação motora como qualidade física, sendo analisado de forma diferente na perspectiva da Psicomotricidade (LUSSAC, 2008).
    Assim, a psicomotricidade faz a abordagem clínica voltada para a globalidade do indivíduo, uma vez que, na sua concepção, a dinâmica aplicada será capaz de desenvolver o aspecto motor no momento da execução da actividade, o aspecto intelectual na tentativa de resolução do desafio proposto e o aspecto afectivo, nos sentimentos experimentados ao longo da actividade (SOUZA & BODOY, 2005). Esta metodologia de trabalho é justificada através do funcionamento do sistema nervoso, pois este é constituído por inúmeros constituintes que não interagem de um modo independente, já que existe relação de interdependência nas áreas (AUCOUTURIER et al., 1986 cit in SOUZA & BODOY, 2005).
    O principal objectivo centra-se na adequação das condutas às necessidades do indivíduo, tornando a tarefa mais eficaz e satisfatória tanto para o profissional como para o participante.

    A historicidade da Psicomotricidade
    “A história do saber da psicomotricidade representa já um século de esforço de ação e de pensamento. A sua cientificidade na era da cibernética e da informática, vai-nos permitir certamente, ir mais longe da descrição das relações mútuas e recíprocas da convivência do corpo com o psíquico. Esta intimidade filogenética e ontogenética representam o triunfo evolutivo da espécie humana, um longo passado de vários milhões de anos de conquistas psicomotoras” (FONSECA, 1988, p. 99.)

                 A história da psicomotricidade é indissociável da história do corpo sendo que ao longo desta história foram registadas perguntas: como explicar as emoções e as sensações do corpo e qual a relação entre corpo e alma; por que diferenciá-los? (BARTHES apud LEVIN, 2003 CIT IN FALCÃO & BARRETO, 2009)
    O pioneirismo desta matéria centrou-se em Aristóteles para o qual o corpo é matéria moldada pela alma e esta é que põe o corpo em movimento. Estreava-se assim a linha de pensamento psicomotor quando analisou a função do ginasta para melhorar o desenvolvimento do espírito. Enunciava que o homem era formado por corpo e alma e valorizava o exercício físico, já que, para o mesmo, a ginástica servia para “dar graça, vigor e educar o corpo”.
    No século XIX, com o desenvolvimento e as descobertas ao nível da neurofisiologia, constatou-se que existem diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja localizada claramente, sendo deste modo descobertos “distúrbios da actividade gestual, da actividade práxica”, sem que anatomicamente estejam circunscritos a uma área ou parte do sistema nervoso.
    É desta aparente necessidade médica de explicar os fenómenos clínicos que não são corroborados anatomicamente que no ano de 1870 surge pela primeira vez o termo psicomotricidade. (Falcão & Barreto, 2009). No entanto as primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque totalmente neurológico. (CAMUS apud LEVIN, 2003 CIT IN FALCÃO & BARRETO, 2009).
    É com Dupré, neurologista francês que, em 1907, que após um conjunto de pesquisas se define a síndrome da debilidade motora, composta por sincinesias (movimentos involuntários que acompanham uma acção), paratonias (incapacidade reduzir o tonos muscular voluntariamente) e inabilidades, sem que lhes sejam atribuídos danos ou lesão extrapiramidal. Dupré formulou psicomotricidade focalizando-se uma linha filosófica neurológica, associando o desenvolvimento da psicomotricidade com a inteligência e a afectividade. Segundo Levin (2003) a patologia cortical, a neurofisiologia e a neuropsiquiatria são os três meios aptos a alcançar o conceito de psicomotricidade. (Falcão & Barreto, 2009)
    .           Henry Wallon, médico, psicólogo e pedagogo, foi provavelmente, o grande pioneiro da psicomotricidade, vista como campo científico. Segundo Fonseca (1988), este forneceu observações decisivas acerca do desenvolvimento neurológico do recém-nascido bem como da evolução psicomotora da criança. Wallon afirmava que o movimento é a única expressão e o primeiro instrumento do psiquismo, sendo o movimento (acção), pensamento e linguagem unidades inseparáveis.
    A componente do conhecimento, a consciência e o desenvolvimento geral da personalidade não podem ser isolados das emoções. Wallon realizou um importante trabalho sobre os aspectos psicofisiológicos da vida afectiva - a consciência corporal e a relação intrínseca do tónus, chamando a isto diálogo tónico, assinalando que as relações que estabelecemos e a actividade postural têm uma origem comum (FALCÃO & BARRETO, 2009). A partir da sua obra construiu-se uma nova técnica terapêutica que visa a reeducação das funções motora.
    Em 1935, impulsionando pelas obras de Wallon, Edouard Guilman (1901-1983) inicia a prática psicomotora, que cria através de diferentes técnicas da neuropsicologia fundando a reeducação psicomotora com exercícios que tinham a finalidade de reeducar a actividade tónica, a actividade relacional e o controlo motor.
    Em 1942, a junção dos conhecimentos de inúmeros psicólogos da Alemanha que estudaram os mecanismos da percepção, de Schultz e Jacobson que definiram os primeiros métodos de relaxação e dos psicopedagogos que estudaram o desenvolvimento sensório-motor da criança, como Clapariede, Montessori e Piaget proporcionaram saberes essenciais à evolução do conceito de psicomotricidade.
    Piaget (1896-1980) foi o autor que mais estudou as relações entre a psicomotricidade e a percepção, aferindo assim que, desenvolvimento mental constrói-se de forma lenta e caracteriza-se por um equilibrio progressivo, do menor para o maior surgindo a inteligência de uma adaptação ao meio ambiente. (Falcão & Barreto, 2009).
    As teorias de Ajuriaguerra, por volta de 1960, em ligação com as de Wallon e Piaget; influenciaram o trabalho de outros autores como: R. Diatkine, J. Buges, Jolivet, S. Leboaci, que reformularam o enfoque da psicomotricidade, valorizando em especial a relação, e as emoções e o movimento. A estes acresce a influencia de psicanalistas S. Freud, M. Klein, J. Lacan, W. Reich, P. Schilder, F. Dolto, Samí Alí, D. Winnicott, Manoni, entre outros.
    Segundo Fonseca (1988), em 1947-1948 Ajuriaguerra e Datkine a história da psicomotricidade ao modificarem o conceito de debilidade motora. Ajuriaguerra, no seu Manual de Psiquiatria Infantil, reflecte claramente que os transtornos psicomotores “oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico”. Também nesta fase autores como J. Berges, R.Diatkine, B. Jolivet, C. Launay, S. Leboirei definem a psicomotricidade como “uma motricidade em relação”. (Falcão & Barreto, 2009).
    Na década de 70 através de Le Boulch, surgem os primeiros trabalhos ao nível da educação psicomotora, que visavam ajudar a criança inadaptada a desenvolver suas potencialidades e ter acesso ao mundo escolar. Coadjuvando o mesmo aparecem os trabalhos de L. Pick, P. Vayer, André Lapierre, Bernard Auconturier, Defontaine, J. C. Coste abordavam que a educação psicomotora servia de ferramenta para auxiliara as crianças inadaptadas para potencializar as suas competências e disponibilizar-lhes o meio escolar. Com estas novas contribuições, a psicomotricidade diferencia-se de outras disciplinas adquirindo sua própria especificidade e autonomia.
    Na década de oitenta Le Camus refere que os grandes pilares da psicomotricidade dos tempos modernos são: coordenação estático-dinamica e óculo-manual; organização espacial e temporal; estrutura do esquema corporal, afirmação da lateralidade e domínio tónico. Deste modo, Por volta do ano de 1986 surge uma nova definição para a psicomotricidade: “uma motricidade em relação”, o que no pensamento de Levin (1995) cit in FALCÃO & BARRETO, 2009 “é onde se opera uma passagem no enfoque do olhar do psicomotricista, não mais voltado ao plano motor, mas direccionado a um corpo em movimento”.
    Os norte-americanos insistem sobre a concepção perceptivo-motora e o papel do desenvolvimento motor no desenvolvimento perceptivo. Destacados autores como Kephart, Cratty, Frostig e Barsch que aprofundaram essa mesma concepção. (Falcão & Barreto, 2009).

    Em que consiste a Intervenção Psicomotora?

    A intervenção em psicomotricidade assume-se como uma reeducação ou terapia de mediação corporal e expressiva, intervencionada pelo psicomotricista que tem como missão estudar e compensar a expressão motora inadequada ou inadaptada nas diversas situações estando estas normalmente inerentes a problemas de desenvolvimento e de maturação psicomotora, de comportamento, de aprendizagem e de âmbito psico-afectivo. (Associação Portuguesa de Psicomotricidade (APP). A intervenção em psicomotricidade educa e reeduca os distúrbios que se apresentam por meio de perturbações psicomotoras, debilidades psicomotoras, inabilidade, atrasos psicomotores, inibição psicomotora, diminuição, hiperactividade e retenção. (Alves, 2007)
                A Psicomotricidade incrementa-se numa abordagem clínica voltada à globalidade do indivíduo, (Souza & Bodoy, 2005). Le Boulch aponta três perspectivas distintas na intervenção psicomotora, uma aponta para a educação psicomotora, outra, para a reeducação psicomotora, e uma ultima referente á terapia psicomotora. Estas diferentes abordagens, referem-se, não só, a diferentes intervenções, mas também a diferentes formas de conceber a psicomotricidade. (Lussac, 2008).
               Corroborando a linha de pensamento de Le Boulch, Mello (2002,p.33) afirma: 
    “Nos estudos dos pesquisadores recentes, são apontados três principais campos de actuação ou formas de abordagem da Psicomotricidade: 1. Reeducação Psicomotora; 2. Terapia Psicomotora; e 3. Educação Psicomotora. Embora em certos trabalhos esses três níveis de actuação cheguem a confundir-se, existem características próprias em cada um deles.” (Lussac, 2008).

    Objectivos da Psicomotricidade

    A psicomotricidade assenta em objectivos gerais com vista a compensar problemáticas situadas entre o psíquico e o somático intervindo através do corpo, atribuindo um significado simbólico ao mesmo em movimento. Permite garantir a harmonização tónica através do corpo utilizando para este facto acções sobre a postura, a atitude, o esquema corporal, e a descontracção neuro-muscular. Promove a movimentação funcional e expressiva focando-se na maneira de agir o corpo através da coordenação, dissociação e praxias, possibilitando a relação tónico-emocional com o técnico através da acção do corpo.(Associação Portuguesa de Psicomotricidade-APP).

    População-Alvo

    Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (2003), a população-alvo desta intervenção caracteriza-se essencialmente por:
    “Crianças em fase de desenvolvimento; bebés de alto risco; crianças com dificuldades/atrasos no desenvolvimento global; pessoas portadoras de necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas; pessoas que apresentam distúrbios sensoriais, perceptivos, motores e relacionais em consequência de lesões neurológicas; família e a 3ª idade.” (Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, 2010).

    Competências do Psicomotricista

    Considera-se psicomotricista o profissional da área de saúde e da educação que pesquisa, ajuda, previne e cuida do indivíduo na aquisição, no desenvolvimento e nos distúrbios de integração psico-somática. Intervindo numa perspectiva de “Educação, Clínica (Reeducação, Terapia), Consultoria e Supervisão.” (Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, 2010).
    As principais competências inerentes ao técnico de psicomotricidade centram-se sobretudo na capacidade de:

    · “Avaliação e Diagnóstico do Perfil e Desenvolvimento Psicomotor;
    · Domínio de Modelos e Técnicas de Habilitação e Reabilitação Psicomotora em Populações Especiais ou de risco;
    · Prescrição, Planeamento, Avaliação, Implementação e Reavaliação de Programas de Psicomotricidade;
    · Formação, Supervisão, e Orientação de outros técnicos, nos âmbitos anteriormente referidos;
    · Consultadoria e organização de serviços vocacionados para a psicomotricidade;
    · Proposta de adaptações envolvimentais (familiares ou escolares) susceptíveis de maximizarem as respostas reeducativas ou terapêuticas decorrentes da intervenção directa.” (Associação Portuguesa de Psicomotricidade-APP)

    Quais os locais onde esta intervenção pode ocorrer?

     Segundo a APP, a nível da Saúde:
    • Hospitais Gerais (Serviços de Psiquiatria e de Pedopsiquiatria; Serviços de Pediatria / Consultas de Desenvolvimento e Saúde do Adolescente)
    • Centros de Saúde
    • Hospitais Psiquiátricos
    • Centros de Atendimento à Toxicodependência

    A nível da educação:
    • Creches e Jardins de Infância
    • Escolas do Ensino Básico
    • Educação Especial: Estabelecimentos de Educação Especial e Centros de Apoio Psicopedagógico
    A nível da segurança social:
    • Instituições Privadas de Solidariedade Social
    • Associações e Cooperativas de Acção Social
    • Lares de Acolhimento e Apoio á Infância e Juventude
    • Centros de Dia para Idosos
    A nível da Justiça:
    • Institutos e Equipas de Reinserção Social

    A nível das Estruturas Desportivas com Serviços de Reabilitação
    • Adaptação ao Meio Aquático
    • Equitação Terapêutica

    Outros âmbitos
    • Clínicas Psicopedagógicas
    • Clínicas Geriátricas
    •  Apoio domiciliário

     
    (retirada de http://www.appsicomotricidade.org/entrada.htm)